Escola Estadual Maria Luiza Miranda Bastos
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
SuperAÇÃO na Escola
VEM AI A GINCANA SUPERAÇÃO 2011
GINCANA SUPERAÇÃO ACONTECE DIA 12/11
No dia 12/11 (sábado) acontece em nossa escola mais uma edição da Gincana Superação promovida em parceria com o Instituto Unibanco a gincana tem como principal objetivo a integração da comunidade com a escola.
Esse ano o tema da Gincana é "MELHORAMENTOS. Serão várias ações e várias atrações durante o sábado das 8:00 às 14:00.
Não perca e traga sua família.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
CRESCIMENTO PROFISSIONAL
CRESCIMENTO PROFISSIONAL

Os jovens profissionais preferem começar a carreira em empresas nas quais vislumbrem crescimento profissional em detrimento do melhor salário. Trata-se de uma mudança de opinião provocada pela crise econômica que desembarcou no Brasil em setembro passado e constatada em pesquisa da Companhia de Talentos, consultoria em recrutamento e seleção com 19 anos de atuação na América Latina.
Danilca Galdini, gerente de Projetos da empresa, afirma que nas outras sete edições brasileiras da pesquisa, feita desde 2002, a preferência pelo crescimento profissional apareceu, mas a mudança registrada em 2009 se deu por conta das turbulências econômicas. Ela explica que, em 2008, os entrevistados apontaram o melhor salário como a principal razão para a escolha de uma empresa para iniciar a carreira. “A referência deles estava em 2007, quando a economia teve um desempenho excelente”, afirma.
A gerente da Companhia de Talentos observa que no levantamento deste ano, realizado em maio, pela internet, com cerca de 30 mil universitários e recém-formados de todo o País, as respostas foram dadas com os efeitos da crise ainda frescos na memória dos entrevistados. “Diante das dificuldades no mercado de trabalho e das quedas na produção muitos perceberam que era mais importante ter como ganhar do que quanto iriam ganhar”, avalia.
Na avaliação de Danilca Galdini, os profissionais iniciantes que buscam postos em grande empresa devem cuidar da formação intelectual e profissional, mas precisam dedicar atenção especial à maturidade. Segundo ela é fundamental que os novatos saibam lidar com as diversas situações do cotidiano, tomar decisões rápidas quando for necessário e até a forma mais correta de lidar com superiores e companheiros de equipe.
Luiz Jurandir Simões, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), acredita que os jovens profissionais perceberam que é melhor um salário mais modesto para uma atividade em que o desgaste seja menor no início e ambos evoluam no decorrer do tempo que uma condição financeira melhor logo de saída proporcional a uma cobrança de resultados que prejudique a vida pessoal. “Descobriram que os ganhos a longo prazo podem ser mais vantajosos”, avalia.
Ana Cristina França, coordenadora do Programa de Gestão de Pessoas da da Fundação Instituto de Administração (Progep-Fia), afirma que para iniciar a carreira em empresas de grande porte é preciso que o candidato conheça tecnologia, idiomas e domine os fundamentos da atividade que exerce.
Foco em resultados
De acordo com a professora também é importante pensar em resultados de curto prazo, além de contar com uma boa rede de relacionamentos, chamada de networking, a fim de atrair colegas com potencial para a companhia.
Entre as empresas preferidas para iniciar a carreira, segundo a pesquisa, está a Nestlé, companhia em que Eduardo Lemos, 25 anos, formado em marketing, entrou como estagiário em em 2006 e dois anos depois foi aprovado para o programa de trainees. “Decidi que a primeira tentativa seria na Nestlé e me concentrei no objetivo de ser aprovado”, conta. Lemos afirma que preferiu a multinacional suíça por estar de acordo com os valores da empresa. Ele avalia que sua aprovação para trainee se deu em virtude da participação demonstrada nas atividades e da vontade de aprimorar o conhecimento dentro e fora de sua área de atuação.
Danilca Galdini, gerente de Projetos da empresa, afirma que nas outras sete edições brasileiras da pesquisa, feita desde 2002, a preferência pelo crescimento profissional apareceu, mas a mudança registrada em 2009 se deu por conta das turbulências econômicas. Ela explica que, em 2008, os entrevistados apontaram o melhor salário como a principal razão para a escolha de uma empresa para iniciar a carreira. “A referência deles estava em 2007, quando a economia teve um desempenho excelente”, afirma.
A gerente da Companhia de Talentos observa que no levantamento deste ano, realizado em maio, pela internet, com cerca de 30 mil universitários e recém-formados de todo o País, as respostas foram dadas com os efeitos da crise ainda frescos na memória dos entrevistados. “Diante das dificuldades no mercado de trabalho e das quedas na produção muitos perceberam que era mais importante ter como ganhar do que quanto iriam ganhar”, avalia.
Na avaliação de Danilca Galdini, os profissionais iniciantes que buscam postos em grande empresa devem cuidar da formação intelectual e profissional, mas precisam dedicar atenção especial à maturidade. Segundo ela é fundamental que os novatos saibam lidar com as diversas situações do cotidiano, tomar decisões rápidas quando for necessário e até a forma mais correta de lidar com superiores e companheiros de equipe.
Luiz Jurandir Simões, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), acredita que os jovens profissionais perceberam que é melhor um salário mais modesto para uma atividade em que o desgaste seja menor no início e ambos evoluam no decorrer do tempo que uma condição financeira melhor logo de saída proporcional a uma cobrança de resultados que prejudique a vida pessoal. “Descobriram que os ganhos a longo prazo podem ser mais vantajosos”, avalia.
Ana Cristina França, coordenadora do Programa de Gestão de Pessoas da da Fundação Instituto de Administração (Progep-Fia), afirma que para iniciar a carreira em empresas de grande porte é preciso que o candidato conheça tecnologia, idiomas e domine os fundamentos da atividade que exerce.
Foco em resultados
De acordo com a professora também é importante pensar em resultados de curto prazo, além de contar com uma boa rede de relacionamentos, chamada de networking, a fim de atrair colegas com potencial para a companhia.
Entre as empresas preferidas para iniciar a carreira, segundo a pesquisa, está a Nestlé, companhia em que Eduardo Lemos, 25 anos, formado em marketing, entrou como estagiário em em 2006 e dois anos depois foi aprovado para o programa de trainees. “Decidi que a primeira tentativa seria na Nestlé e me concentrei no objetivo de ser aprovado”, conta. Lemos afirma que preferiu a multinacional suíça por estar de acordo com os valores da empresa. Ele avalia que sua aprovação para trainee se deu em virtude da participação demonstrada nas atividades e da vontade de aprimorar o conhecimento dentro e fora de sua área de atuação.
A DIFÍCIL ADOLESCÊNCIA
A DIFÍCIL ADOLESCÊNCIA
A DIFÍCIL ADOLESCÊNCIA, por Sueli Gehlen Frosi, associada à ESCOLA DE PAIS DO BRASIL, Zero Hora 26/12/2010
Confesso que não gostaria de ser adolescente, mesmo sabendo que estaria em meu pleno vigor, com muitos anos pela frente para realizar sonhos. Ter 63 anos me parece ser mais fácil do que ter 17 ou 18.
Ouço muitos comentários por parte de pais e professores, assisto às notícias, leio jornais e chego à conclusão de que nossos jovens estão sendo extremamente prejudicados, pois lhes negamos seu passado, seu presente e seu futuro.
Fazemos isso quando lhes falamos que nossa infância foi muito melhor, pois andamos de carrinho de lomba, brincamos livremente pela rua, exploramos mato, rios e mares. Não nos furtamos em emitir nossas opiniões acerca da infância deles, reprovando o videogame, os sites de relacionamento, as conversas no Messenger. Quando o assunto é música, então, a coisa fica pior. Nossas músicas tinham mais graça, dançava-se junto, o ritmo e a letra eram coisa que presta. Abominamos o fato de terem trocado o dançar junto pelo ficar junto; por terem trocado caderno questionário com uma pergunta por página – horror das mães – pelo Orkut. Tudo o que fazíamos era muito melhor do que eles fazem, veja só!
Quanto ao presente, não aceitamos que eles consigam aprender em meio ao barulho, que façam muitas coisas ao mesmo tempo e com uma rapidez incrível. Queremos que eles aprendam de bom grado, sentadinhos por horas, em silêncio, bebendo da sabedoria dos professores. Eles teimam em aprender do seu jeito, teimam em questionar os comandos e não conseguem obedecer sem que tenhamos que dar mil explicações antes.
Com relação ao futuro, mostramos um mundo que desmontamos, no qual promovemos guerras mundiais, territoriais, religiosas. Cometemos genocídios, mostramos pedófilos, terroristas, queimadas, num festival de tolices feitas por poderosos adultos. Nós somos adultos genocidas, suicidas e cheios de razão, questionamos meninos e meninas que, vendo todo esse descalabro, tratam de viver intensamente o momento presente, por ser impossível vislumbrar um futuro viável.
Não seria mais sábio se olhássemos para nossos adolescentes e tirássemos lições do que estamos causando? Sabe-se que o comportamento irreverente da juventude é uma característica e uma marca da própria condição adolescente e infantil; sabe-se que há um modo novo de aprender que ainda não entendemos, mas existe para quem tem olhos de ver. Sabe-se que nossa autoridade está sendo questionada, também por causa das bobagens que fazemos, envolvendo-nos em escândalos de corrupção, em falcatruas amplamente noticiadas pela mídia.
Agora, como diriam nossos filhos: Fala sério! É possível ter uma adolescência saudável, se tudo o que se faz está errado? É possível projetar uma vida longa se tudo o que é mostrado está desmoronando? É possível confiar em adultos que exigem que se viva hoje como se viveu ontem?
Nós, os adultos, temos que pedir desculpas por apresentarmos um mundo onde o passado foi melhor, o presente é feio e o futuro é catastrófico. Melhor seria se mostrássemos a caminhada da maioria que é honesta, trabalhadora, empenhada em melhorar a vida das crianças, dos jovens, dos velhos. Melhor seria se compreendêssemos que vivemos uma nova era, na qual a família tem um novo papel, que é o de cuidar melhor, que é também o de promover a autonomia dos filhos, sem desqualificá-los, ajudando-os a ver o mundo em permanente evolução, sem saudade de tempos em que éramos comandados de todas as formas, tanto em casa quanto nas ditaduras que sofremos.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Vivemos uma transição de comportamentos numa realidade diferente da passada por nossa geração. O jovem de hoje convive com a informação online, com desconfiança na autoridade e com as amarguras de um futuro incerto, mas com um sentimento de liberdade bem mais amplo e com um planeta inteiro alcançável. Neste mundo novo, cabe a nós como pais interagir mais efetivamente para mostrar as oportunidades e os malefícios, educar o caráter, descobrir o potencial e as habilidades e exigir do Estado os direitos sociais devidos que complementam esta formação e o direcionamento do jovem para a sobrevivência com autonomia.
Confesso que não gostaria de ser adolescente, mesmo sabendo que estaria em meu pleno vigor, com muitos anos pela frente para realizar sonhos. Ter 63 anos me parece ser mais fácil do que ter 17 ou 18.
Ouço muitos comentários por parte de pais e professores, assisto às notícias, leio jornais e chego à conclusão de que nossos jovens estão sendo extremamente prejudicados, pois lhes negamos seu passado, seu presente e seu futuro.
Fazemos isso quando lhes falamos que nossa infância foi muito melhor, pois andamos de carrinho de lomba, brincamos livremente pela rua, exploramos mato, rios e mares. Não nos furtamos em emitir nossas opiniões acerca da infância deles, reprovando o videogame, os sites de relacionamento, as conversas no Messenger. Quando o assunto é música, então, a coisa fica pior. Nossas músicas tinham mais graça, dançava-se junto, o ritmo e a letra eram coisa que presta. Abominamos o fato de terem trocado o dançar junto pelo ficar junto; por terem trocado caderno questionário com uma pergunta por página – horror das mães – pelo Orkut. Tudo o que fazíamos era muito melhor do que eles fazem, veja só!
Quanto ao presente, não aceitamos que eles consigam aprender em meio ao barulho, que façam muitas coisas ao mesmo tempo e com uma rapidez incrível. Queremos que eles aprendam de bom grado, sentadinhos por horas, em silêncio, bebendo da sabedoria dos professores. Eles teimam em aprender do seu jeito, teimam em questionar os comandos e não conseguem obedecer sem que tenhamos que dar mil explicações antes.
Com relação ao futuro, mostramos um mundo que desmontamos, no qual promovemos guerras mundiais, territoriais, religiosas. Cometemos genocídios, mostramos pedófilos, terroristas, queimadas, num festival de tolices feitas por poderosos adultos. Nós somos adultos genocidas, suicidas e cheios de razão, questionamos meninos e meninas que, vendo todo esse descalabro, tratam de viver intensamente o momento presente, por ser impossível vislumbrar um futuro viável.
Não seria mais sábio se olhássemos para nossos adolescentes e tirássemos lições do que estamos causando? Sabe-se que o comportamento irreverente da juventude é uma característica e uma marca da própria condição adolescente e infantil; sabe-se que há um modo novo de aprender que ainda não entendemos, mas existe para quem tem olhos de ver. Sabe-se que nossa autoridade está sendo questionada, também por causa das bobagens que fazemos, envolvendo-nos em escândalos de corrupção, em falcatruas amplamente noticiadas pela mídia.
Agora, como diriam nossos filhos: Fala sério! É possível ter uma adolescência saudável, se tudo o que se faz está errado? É possível projetar uma vida longa se tudo o que é mostrado está desmoronando? É possível confiar em adultos que exigem que se viva hoje como se viveu ontem?
Nós, os adultos, temos que pedir desculpas por apresentarmos um mundo onde o passado foi melhor, o presente é feio e o futuro é catastrófico. Melhor seria se mostrássemos a caminhada da maioria que é honesta, trabalhadora, empenhada em melhorar a vida das crianças, dos jovens, dos velhos. Melhor seria se compreendêssemos que vivemos uma nova era, na qual a família tem um novo papel, que é o de cuidar melhor, que é também o de promover a autonomia dos filhos, sem desqualificá-los, ajudando-os a ver o mundo em permanente evolução, sem saudade de tempos em que éramos comandados de todas as formas, tanto em casa quanto nas ditaduras que sofremos.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Vivemos uma transição de comportamentos numa realidade diferente da passada por nossa geração. O jovem de hoje convive com a informação online, com desconfiança na autoridade e com as amarguras de um futuro incerto, mas com um sentimento de liberdade bem mais amplo e com um planeta inteiro alcançável. Neste mundo novo, cabe a nós como pais interagir mais efetivamente para mostrar as oportunidades e os malefícios, educar o caráter, descobrir o potencial e as habilidades e exigir do Estado os direitos sociais devidos que complementam esta formação e o direcionamento do jovem para a sobrevivência com autonomia.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Evasão Escolar
Desinteresse é o principal motivo da evasão escolar dos jovens, afirma pesquisa da FGV-RJ

A falta de interesse pela escola é o principal motivo que leva o jovem brasileiro a evadir. A pesquisa Motivos da Evasão Escolar, lançada nesta quarta-feira pela Fundação Getulio Vargas - FGV-RJ, revela que 40% dos jovens de 15 a 17 anos que evadem deixam de estudar simplesmente porque acreditam que a escola é desinteressante.
A falta de interesse pela escola é o principal motivo que leva o jovem brasileiro a evadir. A pesquisa Motivos da Evasão Escolar, lançada nesta quarta-feira pela Fundação Getulio Vargas - FGV-RJ, revela que 40% dos jovens de 15 a 17 anos que evadem deixam de estudar simplesmente porque acreditam que a escola é desinteressante. A necessidade de trabalhar é apontada como o segundo motivo pelo qual os jovens evadem, com 27% das respostas, e a dificuldade de acesso à escola aparece com 10,9%.
Coordenada pelo economista Marcelo Neri, a pesquisa mostra que, apesar de diversos estudos demonstrarem o impacto da Educação na qualidade de vida e na renda dos indivíduos, em 2006, 17,8% da população 15 a 17 anos, que deveriam estar cursando o Ensino Médio, caso não houvesse atraso escolar, estavam fora da escola.
Entre as motivações que levaram esses jovens a evadir, na comparação entre 2004 e 2006, o desinteresse pela escola caiu de 45,12% para 40,29%, embora ainda seja o principal motivo. Já a necessidade de trabalhar aumentou de 22,75% para 27,09%.
O coordenador da pesquisa acredita que o desinteresse do jovem pela escola reflete a falta de demanda por Educação. "O que a pesquisa está mostrando é que não basta garantir o acesso ou criar programas de transferência de renda para assegurar que esse jovem permaneça na escola, é preciso torná-la mais atrativa, interessante e cativante. O problema da evasão é grave e atinge quase 20% da população de 15 a 17 anos", explica.
Na opinião do pesquisador, as políticas públicas só terão sucesso se houver a concordância e a participação dos pais e os alunos. "É preciso entender as necessidades dos clientes dessas políticas", explica. Marcelo Neri diz que é importante informar e conscientizar esses jovens sobre os benefícios trazidos pela Educação e atraí-los à escola.
Na avaliação de Wanda Engel, superintendente executiva do Instituto Unibanco, uma das organizações que patrocinam o estudo, esses dados refletem uma situação preocupante. "As pessoas não estão atentas a esse problema, nem os governos, nem a opinião pública, nem a mídia, não se deram conta de que isto é uma bomba relógio. Estamos alimentando a exclusão desses jovens da entrada no mercado de trabalho moderno e, pior do que isso, excluindo o País de condições de competitividade no mercado internacional", argumenta.
Segundo Wanda Engel, falta ao jovem entender que a Educação é um investimento necessário. "Conseguir o diploma do Ensino Médio é essencial para entrar na vida adulta", afirma. Para ela, o problema precisa ser atacado em três níveis: criar as condições mínimas para que esse jovem freqüente a escola; melhorar a qualidade da escola; e fazer um trabalho para que esse jovem readquira a sua capacidade de sonhar com um futuro. "Os gestores públicos precisam conhecer o fenômeno, avaliar na sua própria realidade o que pesa mais desses três níveis e desenvolver estratégias específicas para cada um", explica.
O estudo, patrocinado por Fundação Educar DPaschoal, movimento Todos Pela Educação, Instituto Unibanco e Fundação Getulio Vargas - Rio de Janeiro, foi realizado com base nos suplementos de Educação das PNADs de 2004 e 2006 e na Pesquisa Mensal do Emprego - PME/IBGE, utilizando as respostas diretas de pais e alunos sobre os motivos da evasão escolar.
Fonte: Todos pela Educação
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Homofobia
02/06/2011 08h00 - Atualizado em 02/06/2011 08h00
Opinião: Debate sobre homofobia e preconceito na escola é fundamental
Proibição do kit evidencia a dificuldade que se tem em lidar com o assunto.
Professores precisam ter espaço para discussão e reflexão.
Ana Cássia MaturanoEspecial para o G1*
Pode-se dizer que o kit anti-homofobia é um sucesso. O adiamento de sua entrada nas escolas inflamou a discussão sobre o assunto. E é isso que importa: discutir o tema.
Muito provavelmente, ele seria pouco produtivo nas escolas. Como vários projetos na área de educação, cairia de pára-quedas na cabeça dos professores, que teriam de trabalhar com o tema junto aos alunos, ajudando-os a lidar com suas visões muitas vezes homofóbicas. E quem ia ajudar o professor a elaborar esse assunto?
Não dá simplesmente para combinar que agora ninguém mais vai ser homofóbico, usando simplesmente da repressão. Valores e sentimentos não são passados apenas por palavras, mas principalmente na sutileza dos atos.
A comunidade gay sabe bem o que é isso. Muitos tentaram reprimir seus sentimentos e identidade homossexual. E do que adiantou? De nada. Continuaram sendo como são.
O que dá para entender é que eles serão contemplados com um guia de orientação. Aquilo que pensam e sentem não tem espaço algum.
Lidar com um assunto desses é algo delicado. É necessária muita atenção para que o tiro não saia pela culatra. Faz-se necessário que os professores tenham um espaço de discussão e reflexão, onde alguns possam dizer de suas dificuldades em lidar com o assunto. Um espaço para falarem de seus preconceitos, para então poderem fazer o mesmo com seus alunos.
Quem assistiu aos vídeos pode perceber que não há nada demais neles. Como disseram por aí, mostra muito menos que as novelas. Isso importa pouco. É necessário entender o sentido do projeto. Será apenas uma tentativa da educação em nosso país ser politicamente correta e moderna, ou há algo maior em sua proposta?
Penso que seria mais um projeto onde se gastaria muito, os professores veriam como algo atrapalhando o seu planejamento de matérias e sendo deixado para aqueles com função pouco definida na escola – como os professores que cobrem as faltas dos titulares
Ao se falar em homofobia, fala-se da visão distorcida que se tem sobre o modo de ser de algumas pessoas, que difere da norma. É algo que existe há muito tempo e está arraigado nas pessoas (basta a leitura de alguns comentários dos internautas em matérias publicadas peloG1 sobre o assunto). Mas é preciso mudar – afinal, as diferenças existem e são uma realidade.
Por isso mesmo deve ser tratado com mais seriedade. A proibição do kit pelo governo deixa evidente a dificuldade que se tem em lidar com o assunto, sem contar o poder que os grupos religiosos têm.
Não dá para esperar que eles consintam com algo assim. A atitude deles não é questão de certo ou errado, é coerente com o que pensam e pregam. Precisam se modificar, sem dúvida. Porém, eles não têm condições de discutirem o tema, estão presos em seus pré conceitos. Não são bons conselheiros para isso.
Reduzir essa questão a um kit com três filmes e professores despreparados para lidar com o tema, é dar chance ao preconceito. É limitá-lo a um espaço muito pequeno.
Isso faz lembrar o espaço da mulher e do negro, por exemplo. Grupos que também tiveram que conquistar seu lugar, como pessoas com direitos iguais aos outros. Cuja luta ainda continua.
Eles, assim como os gays, tem um dia no ano em que são homenageados. O que tende a reforçar a idéia de que são mais frágeis e incapazes.
Ora, todos os dias são da mulher, do negro, do gay, do índio... Isso é que é preciso ser construído pelo nosso povo, dia após dia. O que não vai ser garantido por um kit escolar.
* Ana Cássia Maturano é psicóloga
Aceitar o diferente
12/05/2011 08h00 - Atualizado em 12/05/2011 08h00
Opinião: Aceitar o 'diferente' é prova do amadurecimento da sociedade
STF aprovou a união estável para casais do mesmo sexo.
Medida representa um passo adiante na questão dos direitos civis.
Ana Cássia MaturanoEspecial para o G1
Uma das coisas mais difíceis para o ser humano é lidar com aquilo que é diferente dele próprio. Ao nascer, ele se confunde com o mundo. Em sua idéia, são uma coisa só. Aos poucos, ele vai se diferenciando e percebendo que é apenas um pedaço do universo.
A princípio, pensa que sua forma de ser e existir é única. Para então se dar conta de que existem outras. O que não quer dizer que as aceite. Pelo contrário. Isso exige amadurecimento – sair de seus referenciais, perceber que existe um mundo inteiro de possibilidades e que seu modo de ser é apenas uma delas. Aí, sim, poderá aceitá-las.
O Brasil viveu algo assim semana passada. O Supremo Tribunal Federal aprovou o reconhecimento da união estável para casais do mesmo sexo, com os mesmos deveres e direitos de um casal heterossexual, considerando-os uma entidade familiar. Foi um passo adiante, sem dúvida.
Ainda é necessária uma lei que garanta isso como condição natural, sem discussão. Alguns entraves podem ocorrer, mas hoje a possibilidade desses casais serem considerados como tais ampliou. O que torna o caminho deles mais simples. Não tão simples, ainda, como o dos casais héteros.
Mudar não é fácil. Muitos são contra essa idéia. Consideram o indivíduo homossexual como alguém doente ou depravado. Como se o seu modo de vivenciar a sexualidade fosse perverso ou promíscuo.
A ideia de doença e promiscuidade vem da condição social que se impôs aos homossexuais, deixando-os a margem da convivência e não oferecendo outras opções, às vezes, além da prostituição. Esse foi o lugar reservado a eles – muitos o ocuparam. Assim como não é fácil conviver com o diferente, também não é nada simples ser visto como tal.
Muitos devem ter se questionado como alguém que gosta de expressar sua sexualidade de maneira diferente pode ser tão parecido consigo próprio. O que torna o diferente ainda mais assustador por estar muito próximo.
É hora de abrirmos os olhos, como o Brasil tem feito. Há muitos casais homossexuais que querem e devem ter o que qualquer um almeja. Inclusive filhos.
Outra questão que parece despertar a ira de muitos. Não aceitam a possibilidade deles criarem uma criança. Confundem esses casais com pervertidos sexuais. Temem o que poderão fazer com os pequenos e no mau exemplo que darão.
Eles podem e devem adotar crianças. Alguns têm mais condições de serem pais e outros menos. Assim como os casais convencionais. Têm muitas crianças precisando de um lar e não de um abrigo.
No que resultará todas essas mudanças? Não sabemos. Devemos nos preparar para incluí-las em nosso dia a dia. Afinal, as pessoas só querem ser felizes.
Feliz é o país que pode ir para a frente, acompanhar as mudanças e acolher seu povo.
Parabéns ao Brasil.
(Ana Cássia Maturano é psicóloga e psicopedagoga)
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